segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Desejar


Desejar

     O tempo passou mas o sentimento de vazio parecia nunca ter fim. Seus olhos permaneciam indecifráveis ou totalmente legíveis, suas mãos permaneciam segurando-se a si mesmas em busca de companhia, e sua mente permanecia inquieta. 
     Era tão estranho saber a razão dos problemas e mesmo demonstrando força o bastante não poder solucioná-los, mas ao mesmo tempo tão simples saber que apenas o tempo poderia reescrever as páginas e pintá-las com as cores da felicidade. Já não possuía mais noção alguma de tempo, como se sol e lua fossem apenas um. Já não distinguia bem o certo do errado, o bom do ruim para si próprio. Algumas vezes as cicatrizes pareciam coçar, como se em algum momento quisessem se abrir novamente.
     
     Quando abriu os olhos pôde ver o sol nascer outra vez, pôde sentir o brilho da luz que emanava em si, e ao olhar para o céu pôde ver todos aqueles sonhos flutuando bem ali em sua frente, tentou estender a mão para pegá-los mas parecia ser em vão, mesmo estando tão perto pareciam nem ao menos estar ali. Foi então que seus olhos se fecharam novamente... Em segundos, mil canções passaram por seus ouvidos, mil abraços acariciaram teus braços, mil rostos encostaram-se ao seu, mil pessoas caminharam ao seu lado convidando-o para voltar a vida, e mil lágrimas rolaram por seu rosto.
     
O que fora aquilo? Fora uma sensação totalmente diferente de todas as outras outrora sentidas, como se tivesse alçado vôo aos céus, como se todos aqueles desejos se tornassem realidade. 
     Ele sorriu.
     Ela abriu os olhos e o encarou.
     Thomas segurou as mãos de Nahy e caminhou sobre a luz da lua. Há seus olhos pertenciam intensos brilhos que há muito já não eram vistos.

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