domingo, 12 de junho de 2011

Perfume do Tempo




Perfume do tempo

     Um dia sentiu o leve soprar do vento em seu rosto, e ao abrir os olhos deparou-se com um mundo que lhe parecia irreal. Ele se levantou, e mesmo descalço caminhou pelo caminhou da vida tentando entender tudo o que havia acontecido. Olhando para trás, ele percebeu que o tempo havia se passado, que os dias já não eram mais os mesmos e que nada daquilo a que estava acostumado a desfrutar existia mais. Naquele momento não havia ruídos ou qualquer outro tipo de barulho, havia apenas o silêncio, um silêncio amedrontador, pois suas melhores lembranças estavam a sua frente, e por mais que tentasse, ele não podia tocá-las, tampouco vivê-las novamente. Foi então que deparou-se com a solidão, sentiu um vazio o consumindo por dentro, suas pernas arquearam-se e ele caiu de joelhos ao chão, estendendo as mãos pelo caminho de pedras, mas seu esforço foi em vão. O vento soprou e o tempo passou entre suas mãos. Ele ficou ali por um longo tempo, sentindo o árduo fervor do arrependimento, lamentando-se por ter permitido que a vida caminhasse mais rápido que seus pés, culpando-se por todos aqueles a quem amava terem partido, sentindo na pele os espinhos do tempo. Nada mais estava ali, apenas um perfume havia ficado. O aroma era doce e fresco, ele podia sentir todas aquelas lindas sensações novamente, como se o tempo não houvesse passado, e nada houvesse mudado. Mas ao abrir os olhos tudo havia desaparecido novamente, sentir o aroma daquele perfume não era como viver.

     O sol havia dado lugar à lua.
     Ele permanecia deitado sobre a velha estrada. De repente uma forte brisa passou e de seu interior emergiu uma linda dama, vestida com um longo vestido azul, e longos cabelos loiros. Ela abaixou e tocou o rosto do jovem. Ele abriu os olhos e ela estendeu a mão a ele. Mas quando se levantou ela já não estava mais ali. Por um instante ele pensou estar sonhando, mas ela era real. Dentro dele ela era.
     Sobre a luz da lua, ele caminhou com perseverança. E a cada passo que dava, uma nova história era escrita para posteriormente ser contada.

“Outro dia pra sonhar e você está parado aqui
Eu sei, faz muito tempo que a última coisa boa te aconteceu
E agora como vai ser?
 O que queria era apenas saber
E crer que algo de bom pode apenas acontecer
Cedo ou tarde vai notar que tudo é simples de fazer
Só depende de viver
Aqui e agora você verá o que ninguém vê
Aqui e agora só depende de você querer
A vida pode te ensinar com aquelas pequenas coisas
Que te fazem ver algo novo pra crer e assim você chega lá
Aqui e agora só depende de você querer
Dê o seu melhor
Por quanto tempo esperou tudo aquilo que sonhou?
Me diz se já não se cansou de se sentir assim?
Que tudo isso que quer só depende de você"

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