sábado, 27 de novembro de 2010

Regret The Time You Lost


Regret The Time You Lost

      Uma noite um tanto fria cobria os céus. Thomas estava jantando em seu quarto enquanto assistia a um anime no computador.
     Quando o relógio apontou 21h46min, uma interferência nos alto-falantes do computador avisou que algum aparelho celular iria tocar em breve. E foi o que aconteceu no instante seguinte. Uma mensagem havia chegado ao celular de Thomas.

“Um dia ainda vai entender o porquê de tudo. Esta chegando este dia. Beijos de alguém que marcou a sua vida.”
Número desconhecido 21h46min.

     Apesar de não saber quem havia mandado aquela mensagem, Thomas sentiu um forte frio corroê-lo por dentro, e seus olhos pararam. Ele tinha um palpite de quem poderia ser, e realmente havia uma grande possibilidade de estar certo.
     Thomas levantou-se aflitamente, pegou o telefone e discou o tal número desconhecido até então. Mas foi em vão. Era como se a pessoa estivesse com o celular em mãos, mas ao ver sua ligação, se negasse a atendê-lo, e realmente foi o que aconteceu. No minuto seguinte, outra mensagem chegou para Thomas.

“Não posso atender. Você sabe quem é. Não estou preparada ainda pra ouvir a sua voz.”
Número desconhecido 21h53min.

      Seu coração voltou a latejar em seu peito. E novamente seus palpites pareciam estar corretos, porém ainda havia uma quase nula possibilidade de isto não ser verdade. Mas na verdade por que isto tudo estava acontecendo? Por que ela tentava estar ali outra vez?
     Às 21h57min suas palpitações foram confirmadas. Era mesmo quem ele pensava que fosse.

“Se isso te lembrar algo... Eu vou te esperar, aonde quer que eu vá te levo comigo”
Número desconhecido 21h57min.

     Por que ela ainda insistia nisso? Já não bastava tudo o que ela o havia feito sofrer? Já não bastavam todas as mentiras proferidas? Não. Ela realmente parecia querer algo mais. Um arrependimento mortal parecia tocar-lhe a espinha ao lembrar-se de tudo o que outrora havia acontecido. Mas talvez não. Ele já não sabia dizer o que era verdade. Já não sabia dizer o que sentia. Já não sabia mais o que pensar sobre tal. Sua única certeza naquele momento era quem o estava mandando as mensagens

“Te ligo sexta dia 03. Tenha uma boa noite Thomas.”
Gih 22h02min.

     Esta última tinha um significado ainda maior que sua antecessora. Dia 03, o dia em que comemorariam o nono mês como um casal, porém esta história cessou-se em meados do quinto mês.
     Tempo, uma coisa que já não fazia sentido. Todo aquele tempo que parecia pouco, era o que mais havia importado, e todo aquele que muito parecia, era o que mais o corroia.
     Para Thomas, naquele momento apenas uma canção poderia descrever o que sentia.

Você vai dizer: Eu não fiz por mal, eu não quis te magoar
E eu vou dizer: seria ideal fugir te abandonar.
Pra sempre! Pra sempre!
Começa a chover e a lágrima vai se misturar com a água que cai do céu
E ao anoitecer em vão eu tento encontrar o que de mim você levou
Pra sempre! Pra sempre!
Perdoa por eu não poder te perdoar
Dói muito mais em mim não ter a quem amar
Ecoa em mim o silencio dessa solidão
Pudera eu viver sem coração
Viver sem você (sem você)
Em cada poça dessa rua você vai me ver
Em cada gota dessa chuva você vai sentir minhas lágrimas
Em cada dia da sua vida você vai chorar lágrimas sofridas
E não vão somar um décimo do quanto eu sofri!
Eu pude ver o sol desaparecer do seu rosto, dos seus olhos, da sua vida... “

domingo, 14 de novembro de 2010

Alone Without My Heart


Alone Without My Heart

      Com o rosto deitado sobre o vidro da janela do ônibus que o levava para casa, Thomas emergia em pensamentos. Tristemente lembrava-se de tudo o que naquele dia havia acontecido ...

     " Me olha nos olhos, encara meu coração. Me diz!
     Me sinto sozinho, não vou suportar ...
Fiz de tudo pra te ver chorar, Sentir na pele a força que há ...
     Estou tão sozinho sem meu coração
     É o teu amor que me impede de voar (...) "


     Ao ouvir o sinal de troca de aula, Thomas saiu da sala e caminhou até o fim do corredor. Gih estava próximo à escada. Thomas caminhou até ela e olhou-a nos olhos.
     - O que você queria falar comigo? - Perguntou Gih com um ar de preocupação.
     - Na hora da saída agente conversa ... - Thomas pareceu não querer proferir aquelas palavras - Agora eu tenho prova de química. Tenho que ir pra sala ...
     - Não. Me fala agora, talvez o meu irmão venha me buscar hoje. É melhor você dizer agora ...
     O corredor já encontrava-se completamente vazio, somente os dois estavam ali. Thomas olhou para baixo, respirou e mais uma vez pensou seriamente antes de transmitir suas palavras.
     - Antes de lhe dizer, eu preciso que você me entenda - Thomas carinhosamente segurou a mão de Gih - Eu não quero que você fique brava comigo ...
     - Eu não vou ficar.
     - Não leve a mal o que eu vou te perguntar ...
     - Vai, fala logo que eu tenho que ir pra sala!
     - Você ainda gosta "dele" ? - Novamente Thomas não queria ter que dizer aquelas palavras.
     - O quê? - Perguntou indignada.
     - Me responde a verdade. Por favor! Eu só quero saber se você ainda tem alguma coisa com "ele" - Thomas estava aflito, mas teve que proseguir - O que eu sinto por você é muito forte, e eu não quero que isso mude! Eu só quero esclarecer as coisas de uma vez por todas ...
     - Eu não acredito que você tá me perguntando isso - Bufou, e cada vez mais indignada olhou para os lados, como se procurasse palavras - Sinceramente eu não acredito ...
     - Por favor me responde ... Eu estou muito confuso! Isso tá acabando comigo, eu só quero saber a verdade, não importa qual ela seja! - Thomas estava ficando preocupado com a reação de Gih.
     Brava, Gih deu as costas e caminhou até ponta da escada, e antes de descer rapidamente olhou para Thomas.
     - Me desculpa, mas eu não vou te responder isso! - Disse e rapidamente desceu o primeiro lance de escadas, Thomas tentou segurá-la com o braço, mas seu esforço foi em vão.
     - Espera! - Ágil, Thomas saltou por todos os seis degraus da escada, caindo frente a sua amada. Com os braços flexionados contra a parede, Thomas manteve Gih em sua frente - Não faz isso comigo, deixa eu falar ... Você tem que me escutar! Por favor - Era possível ouvir os soluços de Thomas ao falar, suas palavras saiam atônitas - Eu te amo e não quero te perder ... Eu só quero que você me intenda ...
     - Eu te intendo - Disse Gih com fúria nas palavras.
     - Não. Você não me intende! EU te intendo! - Thomas sutilmente aumentou o tom de voz - Muitas vezes você pode até dizer que não, mas SÓ EU SEI o esforço que eu faço pra tentar intender você! Você é a pessoa mais complicada que eu conheço, e mesmo assim isso não faz com que eu deixe de te amar ... Eu sempre fiz de TUDO por você, mas muitas vezes parece que não é o bastante, parece que por mais perfeito que eu tente ser, mais difícil a situação fica ...
     - Isso não muda o fato de que você não deveria ter me feito essa pergunta - Gih lançou-lhe um olhar fumegante - Como você tem coragem de me perguntar uma coisa dessas depois de tudo o que nós passamos?
     - Eu só te perguntei isso porque essa dúvida aqui dentro de mim esta me matando, essa dor está me corroendo por dentro! Eu não posso simplesmente ver as coisas acontecerem e fingir que não vi nada. Porque eu sei que EU é quem vou sofrer todas as noites quando deitar em meu travesseiro, eu sei que essa dúvida só vai gerar uma dor ainda maior e que não vai me deixar dormir! - Thomas pôde sentir os olhos marejarem - Tudo o que eu fiz até hoje foi pra estar perto de você, e se pra você tudo isso não é uma grande prova do que sinto por você ... Sinto muito, mas não sei mais o que te dizer ... - Com água beirando seus olhos, Thomas serenamente olhou para Gih, inconscientemente querendo abraça-la.
     - Eu acho que agente já foi longe de mais com isso ... Talvez não seja pra ser!
     - Que droga ! Se f@#* essa merda de frase! - Momentâneamente expressou sua raiva - Por que você insiste em usar ela comigo? Por que ao invés de você acreditar nisso, você não acredita no que eu sinto por você? - Thomas tirou uma de suas mãos da parede passou pelo rosto, espalhando lágrimas por ele - Eu quero muito acreditar em você, eu te juro que eu tento, mas tá ficando cada vez mais difícil ... Todos os meus melhores amigos vem me dizer que viram você com "ele" na festa das Nações. Por mais que você me prove o contrário, cada vez mais pessoas vem até mim pra dizer alguma coisa sobre isso, e se tantas pessoas que em alguns casos nem se conhecem estão vindo me dizer exatamente a mesma coisa é porque tem alguma coisa de verdade ai, e é exatamente isso que eu quero saber! - Thomas tirou a outra mão que apoiava na parede, em seguida abriu os braços - Se você realmente está com "ele" me diz.
     - Pelo jeito você não acredita em mim né? - Gih negativamente balançou a cabeça - É difícil agente continuar a namorar desse jeito, se você não acredita em mim, eu não posso fazer nada ... - Gih tentou ir embora, mas foi impedida pelos braços de Thomas.
   - Me escuta! É com você que eu quero ficar! Eu ... Eu, só não quer-o ... perder você! - As palavras de Thomas soaram tremulas - Eu confio em você!
     - Mas não é o que parece! - Bufando, Gih rasgou as escadas em fúria, mais uma vez Thomas tentou impedi-la, mas novamente seus esforços foram em vão.
     - Espera ... - Desmotivado, Thomas ficou paralisado por alguns instantes, vendo Gih sumir de sua vista.
     Completamente inconformado com o ocorrido, Thomas liberou sua raiva sem pensar. Raivoso, tirou seu boné e atirou-o com todas as forças no chão. Sentindo as lágrimas queimarem ao escorrer em seu rosto, pegou seu boné.
     Ao passar pelo corredor e ver Thomas subir as escadas imerso em lágrimas, Nathy comoveu-se e rapidamente abraçou-o.
     - O que aconteceu?
     Sem forças, Thomas encostou suas costas na parede, respirou profundamente e olhou para Nathy.
     - Eu briguei com a Gih ... Ela não vai mais falar comigo - Disse entre soluços.
     - Vai sim, tudo vai ficar bem, você vai ver - Nathy tentou conforta-lo.
     - Mas dessa vez é diferente, ela foi embora sem ao menos me ouvir ... Eu tentei impedi-la, mas não consegui. Ela ficou muito brava comigo ... - Uma dor estridente ardia em seu peito, enquanto de longe ouvia-se o tilintar de seus dentes paralelamente ao tremular de seus lábios, seu coração espremia-se em angústia e um frio congelante apossou-se de seu corpo.
    Ao subir as escadas, Samuel deparou-se com Thomas em um estado totalmente deplorável, não pensou duas vezes e dirigiu-se ao amigo. Solidariamente, Samuel colocou a mão sobre o ombro de Thomas, que desabara em lágrimas involuntariamente. Thomas tentou explicar-lhes o porque de tudo aquilo, mas as palavras pareciam não saírem, era como se elas preferissem rasga-lo em pedaços ao invés de deixá-lo transmiti-las. As lágrimas não paravam de molhar seu rosto, por mais que ele tentasse, elas continuavam a cair, suas pernas já não seguravam-o em pé ...

     Um tempo depois, após terem sido advertidos por não entrarem na aula, Thomas e Samuel ficaram sentados no pátio aguardando a hora da saída. Samuel confortava Thomas, com suas palavras, palavras que já havia sentido o que agora Thomas sentia.
     Ao saírem, Samuel convidou Thomas a acompanha-lo até sua casa e ficar lá até o fim da tarde para que seus pensamentos não consumissem-o novamente. Thomas passou a tarde refletindo os fatos e seus sentimentos ao lado do amigo e mesmo ferido, dedicou seu tempo também para gravar um CD com belas músicas para se ouvir antes de dormir, que outrora havia prometido a sua amada.


          Olhando pela janela. Thomas sentiu novamente aquele ar ... 

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

GoodBye


GoodBye

     Um vento frio suspirava próximo à nuca de Thomas, e um frio ainda maior estendia-se por toda a espinha. Eram quase 7 Hrs da manhã, sexta-feira. Último dia de aula, após o amanhecer, os dias preencheriam-se pelas tão esperadas férias de Julho.
     Ao passar pelo portão, Thomas subiu as escadas e cessou os passos ao encontrar sua encantada.
     - Oie.
     - Bom dia meu amor - Disse ao docemente beijá-la.

     Thomas e Gih caminhavam rumo ao lugar que a algum tempo eles haviam adotado como point para os encontros secretos. Nas proximidades do topo da ladeira, Thomas, segurando a mão esquerda de Gih, correu morro acima, simultâneamente arrastando-a. Até que inesperadamente parou frente a ela, deixando seus corpos próximos um do outro.
     - Eu já te disse o quanto eu te amo hoje?
     - Ah deixa eu pensar ... - Ela calou-se por um momento - Não.
    - Então dessa vez eu irei lhe mostrar com gestos ao invés de palavras ! - Proferiu enquanto a abraçava enlaçando-os em um florido beijo.
     Thomas olhou bem no fundo dos olhos de Gih enquanto ela emanava suspiros.
    - E eu já te disse o quanto você é fofo?
     - HAHA ! Pois é, agora vamos que eu quero chegar logo lá para podermos aproveitar o máximo possível! - Thomas disse enquanto puxava Gih pelo braço.

     O sol estava escaldante. Já aproximava-se do meio-dia. Thomas estava deitado sobre o colo de Gih - Ambos estavam sobre uma imensurável escada, que servia de passagem para os moradores do bairro - Ela incessantemente mexia em seus cabelos. Uma música tocava ao redor ...
     - Daqui a pouco eu tenho que ir embora ... - Disse Gih ao ver a hora no relógio - Já são meio-dia. Eu só tenho mais vinte minutos.
     - Ahh não, você não pode ir embora agora, fique aqui comigo - Thomas levantou-se e olhou para ela - Hoje é o último dia de aula, eu nem sei quando eu vou te ver de novo ...
     - E talvez você nem veja mais ... - Gih mordeu as palavras e as jogou no ar.
     Um frio tomou conta daquele incessante calor. Thomas aproximou-se ainda mais dela.
     - Como assim talvez eu não te veja mais? - Questionou eminentemente preocupado.
     - Você sabe de tudo o que eu passo na minha casa. Eu preciso reconquistar a confiança do meu pai. Eu não aguento mais viver assim, eu preciso que tudo isso melhore.
     - Mas e o que isso tem a ver com não nos vermos mais ?
     - Talvez eu vá morar com a minha avó no litoral ... Mas isso não é certeza. Caso isso não aconteça, eu tomarei esse tempo para resolver as coisas para que tudo fique bem quando voltarmos a nos ver - Disse colocando a mão sobre o rosto de Thomas.
     Thomas abraçou-a com toda a força que pode.
     - Eu não quero perder você ... Eu não sei se eu vou poder aguentar ficar longe de você - Fechou os olhos e encostou o rosto ao ombro de sua amada - Eu amo você !
     - Eu também te amo.

     As poucas nuvens desenhavam um céu límpido e completamente azul. O relógio apontava meio-dia e meio. Nos pés da enorme escadaria Thomas e Gih entrelaçavam-se em um último abraço.
     - Eu vou sentir muito a sua falta - Gih falou com uma voz doce e pacífica.
     - Eu também vou sentir saudades de você, e você nem imagina o quanto - Por um minuto os dois traçaram um longo e profundo olhar - Mesmo de longe, você ainda é minha! - Lançou um enérgico sorriso. Em seguida fulminantemente beijou-a em um gesto de despedida.
    
Após um longo período sem que suas mãos conseguissem se desentrelaçar, cada um seguiu seu caminho.Thomas seguiu seu caminho para o pântano, o pântano da solidão, onde permaneceria por muito tempo. O ar supria-se ao seu redor, e em seu peito fortes pulsações davam início a um novo sentimento, um sentimento que mesclava muitos outros - Tristeza, saudade, solidão, arrependimento, desconfiança,
medo e decepção - Dali para frente, os dias já não seriam mais os mesmos.


   "- Nós vamos nos ver de novo, pode ter certeza - Disse Thomas anteriormente olhando nos olhos de Gih."

     Thomas já não sabia se ainda poderia acreditar em sua própria promessa. Naquele momento, os fones de ouvido eram sua única companhia. E casualmente a música que tocava naquele momento lhe pareceu tão pertinente, pois expressava bem seus sentimentos ...

" Se eu disser que não acreditei quando você me disse adeus
     Esse não pode ser o fim ...
     Não me arrepender do que falei ...
     A vida me tornou assim
     O nosso vício se perdeu dentro de mim ...
     Hoje vai ser mais uma vez vou acordar sem você ao meu lado
     Hoje vai ser mais uma vez vou aprender que a minha vida é você (...) "

     Aquela realmente havia sido a última vez. Não a última que se viam, mas a última em que relacionaram-se.

domingo, 7 de novembro de 2010

Amor & Amizade



Amor & Amizade

     Um sinal ecoou pelos corredores do colégio, rápidamente, Samuel, Eros e Thomas percorreram os corredores escada a baixo. No pátio, ainda havia uma grande concentração de pessoas. Ambos estavam com os olhos atentos, aparentemente a procura de alguém. Eros correu até o cantina, próxima ao portão.
     - AÊ !! Eu quero Schweppes, me dá ! - Disse enquanto tomava a latinha das mãos de Oliver.
     Samuel correu e pulou nas costas de Oliver. Ao olhar para o lado Thomas tomou distância, correu e em seguida saltou caindo por cima de Oliver e Samuel. Por um segundo os tres ficaram empilhados, no segundo seguinte, ambos desmoronaram no chão.
     - AÊ ! Montinhooo !! - Eros gritou ao se literalmente se jogar por cima dos meninos.

     Todos formavam um circulo em torno do banco que por eles havia sido posto rente a parede. Pela ordem seguiam-se Naah e Eros, Oliver que abraçava sua então namorada Luh, Anne, Dafy, e Cah, sentados no banco estavam Samuel, Thata no colo de Thomas e Clau. Um clima muito bom pairava sobre o local, todos pareciam muito animados mesmo sem motivo algum. Poucos minutos depois, todos momentaneamente despediram-se e foram para suas respectivas salas.



     Aproximadamente 7 Hrs da noite o celular de Oliver tocou.
     - Oi - Atendeu.
     - E ai, vocês já vão descer?
     - Já vamos sim. Agente já tá terminando aqui.
     - Ok. Agente tá aqui em baixo. Beijos - Luh despediu-se e desligou.
     Oliver foi até a mesa de Thomas.
     - As meninas já estão lá em baixo.
     - Tá bom, eu já terminei esse desenho aqui, vou deixar o outro para amanhã - Thomas.

     Thomas e Oliver desceram as escadas, e ao sair encontraram Luh e Thata a sua espera.
     Uma noite linda encobria o céu com brilhantes estrelas e uma enorme lua. Os dois casais caminhavam pelas ruas da cidade. Como sempre, Oliver e Luh novamente brigavam por pouca coisa, mais atrás Thomas caminhava abraçado com Thata enquanto mostrava-lhe uma música no celular de Oliver.
     - Amor olha esta música que legal - Apertou o play.

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     A música extendia-se em um tom pesado sobre gritos e um refrão cantado.
     Pouco depois de passarem pela matriz, Thomas parou e segurando uma das mãos de Thata olhou-a profundamente dentro dos olhos. Thata tentou pexá-lo, mas o esforço foi em vão.
     - O que foi? Por que você parou? - Questionou Thata.
     - Nada. Não aconteceu absolutamente nada. Eu só parei para observar a paisagem - Extendeu um sorriso pelo rosto - E ver a minha bailarina dançar - Nesse momento, lançou um olhar sedutor e penetrante.
    Thomas girou Thata como uma bailarina dentro de uma caixinha de música, deixando-a a poucos sentimetros de seu rosto, paralizando-a com seu fumegante olhar.
    - Ahh ... - Thata suspirou sem palavras - Você é tão fo ... - Fora interrompida por um beijo.
     Mais a frente, sentados no chão, frente ao muro de uma escola em uma rua escura, Oliver e Luh já haviam feito as pazes e se abraçavam como nunca.
     A noite extendeu-se desta forma. Permaneceu limpida e feliz.

    


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sonhar


Sonhar

     Um lápis traçava uma risca contínua em um papel. Mantendo os olhos fixos na folha, Thomas estendeu uma das mãos e pegou um punhado de lápis coloridos e posicionou-os ao lado do papel.
     Em gráfite, um grupo de jovens tomava conta do papel - Quase em uma posição de banda de rock. Agora as cores começavam a tomar conta daquele desenho, dando ainda mais vida as personagens ali retratadas, personagens de sua própria autoria, personagens que outrora criara com base em seus amigos mais próximos. A paisagem se tornara um emaranhado de cores, formando um lindo fundo dando um belo contraste as cores básicas usadas nas personagens.
     - É. Realmente esta é a minha vida! - Não pôde segurar a vontade de proferir tais palavras - E o que seria de mim se não fosse isso? - Dessa vez não pôde conter um leve sorriso.
     Soltou os lápis que segurava em mãos, descrusou as pernas, apoiou-se na cama e levantou-se. Foi até a janela, segurou-se às grades e debruçou-se olhando para fora. De lado à lado, um belo dia percorria todo o horizonte. A luz do sol tocava seu rosto, aumentando ainda mais o intenso brilho de seus olhos.

     Uma grande multidão estendia-se por um local aparentemente grande e belo. Por todos os lados pessoas paravam para observar uma diversidade de obras de arte, de quadros à esbeltas esculturas em gesso. E nas paredes, frases e textos expunham opiniões filosóficas de grandes pensadores, como Sócrates, Platão, Aristóteles, Nietszeche, Descartes e Darwin, entre outros. Mais ao fundo uma grande fila estendia-se por boa parte do recinto. Ao final dessa fila - Na verdade no início - Havia uma mesa em madeira coberta por um belo pano ligeiramente dividido em dois tons de verde. Atrás da mesa, um homem ainda jovem, com aparência de aproximadamente 25 anos dava autógrafos na primeira página de cada livro que lhe era entregue, seguido de um beijo na bochecha ou por um aperto de mão, no caso dos garotos. Logo atrás uma longa lona estava estendida. Uma frase entrelaçada em rosas estampava-se ao alto, logo acima de um grande reprodução da capa do livro.

" Todo homem vive um sonho, e só cabe a ele torná-lo real"
                                     Thomas Freeman.

     - Hunf - Suspirou.
     Thomas abriu os olhos e sorriu ao sentir uma energia positiva tomar conta de seu corpo. Olhou para trás e viu o desenho ainda inacabado.
     - Somente eu poderei fazer com que isto seja real ...