Incompreensível
A lua iluminava-os sobre o manto da noite.
Thomas estava sentado no chão, encostado à parede. Ao seu lado, Nahy apoiava-se em seu joelho. Há pouco um silêncio mortal havia instalado-se entre eles. Os olhares pareciam impedidos de se cruzarem. As mãos pareciam tremer ao tentar aproximarem-se.
Ao longe Oliver, Abril e Kamapu distribuíam animação. Sentimento esse que não conseguia afetar Thomas e Nahy. Algumas palavras, verdades necessárias, haviam sido pronunciadas como possível solução, mas o que instalou-se foi o nada. Parecia não haver mais nada ali.
- Estou cansada de ficar sentada. Vou levantar – Disse Nahy levantando-se.
Thomas estendeu a mão para que Nahy o ajudasse a se levantar.
- Pelo menos um abraço eu ganho? – Perguntou Thomas abrindo os braços no compasso de um leve sorriso de canto.
- Claro que sim, deixa de ser bobo – Respondeu Nahy abraçando-o.
Os dois estavam completamente juntos. Naquele momento nada parecia ser capaz de separá-los. Talvez o tempo houvesse parado.
“I feel better” Pensou Thomas “Realmente está tudo bem?” Completou.
Ambos olharam-se nos olhos.
As mãos de Thomas seguravam o rosto de Nahy. Ele levemente abaixou a cabeça. Nahy o olhou por um instante, e o beijou.
Foi como não estar ali. Como estar em qualquer outro lugar melhor. Um lugar em que apenas os dois pudessem chegar.
Não havia mais nada a se pensar, nem ao menos a dizer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário