domingo, 20 de março de 2011

Paz



Paz

“Paz.
Meu coração procura paz, não amor.
Se um dia persistir em querer sentir, trancar-lhe-ei em meio às razões mais obscuras da alma, donde nasce o medo que queima minhas mãos.
Os olhos buscam luz.
Tal que brilhe sem ofuscar, nem arder como falsas lembranças.
Meus ouvidos anseiam por ouvir a mais bela sinfonia já tocada, não palavras que corroem por dentro, cortando os tímpanos como lâminas afiadas.
Minhas mãos esperam o doce toque das flores que a rodeiam. As mais belas e cheirosas, sem espinhos ou abelhas.
O sol irá nascer.
Os dias virão.
As noites irão.
Mas algo dilacerado irá ficar...”

     Thomas apenas observou as palavras que havia escrito no vidro embaçado pela água da chuva.
     - Se o vento soprar, se a chuva cair, chorar não trás você pra mim... – Sussurrou sem tirar os olhos do vidro.

Quando você voltar eu não vou mais estar aqui...
Quando você voltar eu não vou mais estar a te esperar ♪

     - Os dias já não são mais os mesmos. Meus olhos já não podem te ver. Minhas mãos já não podem tocá-la. Meu coração por ti já não bate... Mais uma vez, sigo na mesma direção – Fechou os olhos, escorreu a mão sobre as palavras escritas no vidro, apagando-as e virou-se, caminhando na direção contrária ao passado.

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