sábado, 30 de outubro de 2010

Don't Go


Don't Go

     Mais uma noite encobria aquele dia, Thomas encontrava-se sentado em sua cama. Debruçou-se para dentro de seu guarda-roupas, pegou uma pequena caixa de madeira modestamente pintada a mão, decorada com um grande coração colorido em cada lado, e na tampa, fitas e pequenas estrelas sobre o nome escrito - Thomas. Colocou a pequena caixa dentre as pernas, em seguida, levemente moveu a tampa, retirando-a - Suspiro - Pegou a primeira coisa que avistou, um bonequinho do mickey envolto com um laço amarelo.
     - Madellaine - Não pode conter o sorriso - Como você me faz falta ... Ninguém, somente eu sei o quanto ...
     Devolveu-o novamente para o interior da caixa. Moveu os olhos sobre ela e ao avistar pequenas letrinhas, logo as pegou.
     - Kamapu - Por um momento conteve um sorriso, mas não por muito tempo - Bons momentos nós passamos ... E concerteza eles irão ficar - Fechou a mão com as letrinhas e levou-a ao peito - Para sempre aqui.
     Encostou a cabeça na cabeceira da cama e levemente girou a cabeça para o lado, permitindo que seus olhos corressem por todo o quarto. Talvez tentando evitar uma possível depressão, guardou as letrinhas no interior da caixa e colocou-a de velta ao seu devido lugar. Quando estava prestes a fechar a porta do gurda-roupas, avistou um óculos escuro, marrom de aparência feminina. Lembrara-se de que avia ganhado de uma amiga que conhecera a pouco tempo, mas que já oucupava um grande lugar em seu coração.
     - Por que será que as pessoas a quem nos apegamos são tiradas de nós tão rápidamente? - Lembrou-se tambem de que essa amiga estava de partida.

     Fechou a porta do guarda-roupas sem ao menos tocar no óculos. Deitou-se na cama e olhando para o alto enquanto sentia seu coração pulsar, porém antes que aquela saudade se tornasse algo ruim, Thomas lembrou-se de uma frase que outrora havia ouvido de um amigo.

     "Amigos são como estrelas, nem sempre as vemos, mas elas sempre estão lá"

     Confortou-se.

Tons de uma melodia


Tons de uma melodia

Para: Alice.

     Eu poderia escrever uma canção só para te mostrar o quanto eu quero que este tempo acabe logo para que eu possa te ter aqui em meus braços, porém uma também imensurável vontade de fazer o tempo parar para novamente poder sentir cada segundo, consome meus dias. O tempo que rapidamente passa deixa uma grande saudade, mas leva consigo grandes prazeres já vividos, e que serão guardados com toda a vontade nas gavetas mais preciosas da memória. Os dias que se seguem silenciosamente aguardam a chegada de novas cores para complementar ainda mais essa imensa e interminável busca pela filosofia da vida.
     Os tons desta melodia combinam com o brilho dos teus olhos que agora não posso ver, mas que em breve poderei senti-los próximos à mim.

     O meu peito anseia por esse novo recomeço ao mesmo tempo em que sangra ao sentir o fim iminente. Finalmente queria te dizer que o mundo está aqui para que possamos viver independentemente de escórias que freiam a sua frente, apenas siga o caminho do meio, e me encontrará ao final.

                                                                     Mil beijos no coração.
                                                                                                         Thomas

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Amour Et La Haine


Amour Et La Haine

     Ela caminhava naturalmente diante de seus olhos - Enquanto tentava disfarçadamente observá-lo - Seus olhos tentavam fugir daquela deplorável imagem que hoje o fazia tremer de ódio, suas pálpebras queimavam em desordem, suas mãos estralavam inquietas. Caminhou até o outro lado, sentou-se e apoiou a cabeça sobre as mãos apoiadas nos joelhos, e olhou para o lado contrário.
     Todas aquelas lembranças de momentos bons que tornaram-se meras frustrações se apossaram de seus sonhos, tornando-os pesadelos. Thomas podia sentir o sangue ardente circular por suas veias, a raiva rasgar os nervos por de baixo de sua pelo, seus segredos foram revelados, e sua dor havia sido novamente liberada.
     Levou as mãos aos ouvidos, colocando os fones. Pôde ver aquela lembrança desaparecer de sua frente. As notas do piano tocaram-no profundamente, sentiu um gélido arrepio percorrer por toda a espinha, a boca salivar e as mãos tremerem. Aquela voz doce e rigidamente afinada tocou-lhe os ouvidos, as memórias mortas em seu coração emanaram para todo o corpo, o cérebro não podia raciocinar corretamente e seus olhos... Seus olhos marejavam ao tremer de suas pálpebras seguidas pelas batidas daquele mórbido sentimento há tempos esquecido. Por quê senti-lo novamente? Ele já não havia se acabado? Realmente parece que não. Agora aquele amor só possuía um outro companheiro. O ódio.

     - Welcome to my nightmare! - Thomas.

sábado, 16 de outubro de 2010

Nostalgia


Nostalgia

     A noite soprava o ar da saudade. As estrelas brilhavam como a felicidade nos olhos daqueles grandes amigos. E a lua encantava aquele momento como havia feito outrora.
     Thomas estava deitado em sua cama, imerso na escuridão de seu quarto - como sempre - um sentimento tomara conta de sua mente, mas não só de sua mente, de seu corpo todo, e acima de tudo, de seu coração.

     "Cinco jovens momentâneamente voltavam aos seus momentos de infância, divertiam-se como se não houvesse amanhã, como se ainda fossem crianças que faziam-se felizes com meros sorrisos. Dentre eles, três meninos e duas meninas, uma delas estava ali pela primeira vez, nunca antes havia partilhado momento algum com os garotos, conhecia apenas a outra menina, Madellaine. Oliver, Samuel e Thomas conheciam-se a pouco mais de um ano, o último era o mais novo, por um ano de diferença.
     - Hey moço! - Thomas extendeu a mão que segurava uma câmera fotográfica - Você poderia por favor tirar uma foto nossa?
     - Posso sim.
     Todos correram até aqueles degraus feitos de madeira pintados em diferentes cores, sentaram em degrais diferentes, porém estavam todos juntos. No alto, Oliver e Samuel, em baixo, no meio estava Thomas, acompanhado por Carolline e Madellaine, uma de cada lado. Aquela foto ficaria marcada como um dos melhores dias do ano."

     Respirou fundo umas duas vezes, olhou para o lado e ouviu parte da música que tocava no rádio.

     ♫ Viva intensamente sem fingir que nada disso importa pra vocêê
     O que passou não voolta maaaaais

     "Um laço de amizade juntava todos na sala. Um filme de terror passava naquele momento. Oliver acomodáva-se em uma poltrona, com uma bacia de pipoca no colo e um copo com coca-cola em mãos. Bella e Samuel entertiam-se um com o outro no sofá maior, um sentimento brotava nas raízes daqueles dois coraçõezinhos, ao lado dos dois Francille amedrontada observava atentamente as orripilantes cenas do filme, Thomas estava sentado no chão entre suas pernas, assustando-a a cada cena de tensão. Reh estava acomodadamente deitada no colo de Feeh, seu namorado.
     A noite correu como nunca, a felicidade e a diversão tomaram conta do lugar. Aquela diversão repetiu-se algumas vezes, dias em que juntavam-se para ver filme, comer pipoca, beber coca-cola e ser feliz."

     Um leve sorriso tomou conta do rosto de Thomas.

     "Diversas fotos marcavam os momentos daquela tarde, todos juntos, um de cada vez, só as meninas, só os garotos, e até com desconhecidos. Oliver, Samuel, Thomas e Eros divertiam-se ainda na fila. Uma música eletrônica completamente dançante tocava, os meninos dançavam com convicção nos movimentos, sorriam uns para os outros enquanto observavam as pessoas ao redor. A fila andava e pouco a pouco eles aproximavam-se de sua vez.
     Logo Thomas e Oliver correram para sentarem-se juntos, Samuel e Erons correram para o outro lado, já que o brinquedo possuia apenas três acentos em cada lado. As cadeiras subiram lentamente. Travaram no alto, à 60 metros do chão. E em menos de cinco segundos caiu em uma velocidade vorás. Uma emoção tomou conta de todos naquele momento."

     Já de olhos fechados, Thomas adormeceu, imerso naquele mundo já vivido. Aquelas não tinham sido apenas lembranças de bons momentos, nem uma simples nostalgia. Thomas realmente tinha revivido aqueles instantes.

Até o Fim


Até o Fim

     Quando se tem um objetivo na vida, um meta que se deseja alcançar, um amor que se deseja ter ou até mesmo a própria felicidade que se deseja encontrar, é preciso coragem. Força e coragem para seguir em frente independentemente das dores sofridas durante o processo, afinal, no fim você percebe que a dor é inevitável, e que se você realente deseja ter alguma coisa, se você realmente sente o coração bater e a respiração ofegar a cada segundo que mergulha nesse sonho, jamais se deve desistir sem ao menos tentar. A vida pode parecer triste e complicada para algumas pessoas, porém, tudo é dual, tudo tem o seu lado bom e o seu lado ruim. Por mais puro e simples que seja o seu desejo, você sofrerá para consegui-lo, o caminho será arduo e duro mas nada se compara com a magnitude de poder realizar aquilo que sempre sonhou, aquilo que realmente te fará feliz.
     A vida irá te mostrar quem são os verdadeiros frascos, aqueles que possírem uma falsa flagrancia se quebrarão com facilidade ao entrarem no jogo, basta reconhecê-los e abraçar com toda a força aqueles que o querem bem. Defenda-os, lute ao lado deles e abrace-os quando for preciso, eles o retribuirão quando for preciso, e até mesmo quando você mesnos esperar eles estarão ao seu lado - Thomas

domingo, 10 de outubro de 2010

Recomeçar


Recomeçar

     Estavam todos ao redor daquela mesma mesa em que horas atras saborearam o jantar preparado por suas proprias mãos.
     Kamapu estava sentado a ponta da mesa, ao seu lado direito estavam respectivamente, Colombianita e Thomas, de frente aos dois estavam respectivamente Anne e Samuel, e no centro da mesa, sobre os fixos olhares, uma pequena e simples roleta que a cada rodada apontava duas pessoas, uma delas deveria questionar e a outra agir. Era a vez de Samuel. Ao girar a roleta, todos olharam atentamente para o centro da mesa e assistiram a pequena roleta apontar de uma ponta a outra, Anne e Thomas, era a vez dela interrogar-lhe.
    - Verdade ou desafio? - Olhou-o fixamente a espera de uma resposta.
     - Desafio. - Respondeu seriamente e continuou a traçar seu desenho em um guardanapo de papel, porém sem ao menos deixar de prestar atenção aos sinais consciênte e inconsciêntes transmitidos por aqueles que o sercavam.
     - Me ajuda! - Disse Anne ao cutucar Samuel com o braço esquerdo.
     - Te ajudar no que? - Samuel.
- A escolher um desafio pra ele ...
     Por um instante, Thomas parou, inclinou a cabeça para cima e apenas observou enquanto Samuel cochichava algo no ouvido de Anne.
     Após o desafio ter sido feito, Thomas olhou-a fixamente. Por debaixo da mesa, Samuel cutucáva-o com pontapés para que olhasse em seus olhos, que indicavam o interesse de Anne no desafio proposto. Ao olhar e perceber os sinais de Samuel, que apenas concretizaram suas espectativas, levantou-se, deu a volta ao redor da mesa e seguiu até Samuel, e então pediu pare que este o deixasse sentar-se em sua cadeira para ter uma melhor ascesso Anne e consecutivamente realizar o desafio. Sentou-se ao lado da garota, fixou-se na mesma e sútilmente disse:
     - Hey! Look into my eyes - Aproximando-se dela.
     Anne olhou para Thomas. Dentro de seus olhos, assim como fora pedido.
     Pela primeira vez, após longos e sofridos quatro mêses, fechou os olhos e aproximou-se ainda mais, até chegar naqueles doces lábios, sentiu-a levemente por uns três segundos, segundos que talvez tenham feito-o pensar em um novo recomeço, e talvez em uma resposta para todas as suas dúvidas e um fim para seu sofrimento. Segundos que aproveitou como se fossem anos.
     - Hey Thomas! É a sua vez de girar a roleta - Disse Kamapu disseminando a continuação do jogo.
     Com um leve e talvez umperceptível sorriso no rosto, girou a roleta.

domingo, 3 de outubro de 2010

Redenção (Parte 3)


Redenção (Parte 3)

     Um silêncio tomara conta do local. Thomas aflitamente aguardava o fim da conversa entre Oliver e Gih, que preferiu confessar seus pecados ao amigo, expondo não ter coragem o baste para o dizer diretamente a Thomas. Seus olhos fechados podiam sentir as lágrimas preenche-los a cada segundo a mais de espera, o medo e a aflição cresciam cada vez mais juntamente aos batimentos de seu coração.

     Do lado de fora, Oliver ouvia atentamente as palavras de Gih, que naquele momento confessava seus erros. Uma expressão neutra, porém com um leve toque de indiguinação tomara conta de sua face. Oliver olhou para baixo e continuou a ouvir aquelas palavras.

     Ao ouvir suaves passadas no piso, Thomas pode sentir seu corpo congelar, suas mãos tremerem e seu coração transpor pela boca. Sentou-se e antes de ouvir, pediu ao amigo para que ambos fossem ao quarto para que ficassem mais tranquilos para debater o assunto. Foram.
     Thomas sentou-se na cama, frente a Oliver, abraçando com força um macio travesseiro de algodão.
     - O que ela lhe disse? - Disse Thomas já esperando uma resposta.
     Oliver respirou fundo antes de dizer - Olha, eu não vou te dizer que é fácil, porque realmente não é. - Olhou para Thomas e abaixou a cabeça, segurando os próprios dedos entre as mãos - Eu não sei como você vai reagir a isso mas ... Você precisa mesmo saber ... - Permaneceu quieto por alguns segundos.
     Thomas apertou o travesseiro entre os braços, respirou e olhou nos olhos de Oliver.
     - Arf ... Pode dizer, eu já imagino o que seja ...
     - É ... Então, ela me contou muita coisa, me contou a história da vida dela, e pediu para que eu te fizesse duas perguntas antes de te contar o que ela me disse ...
     - Tá.
     - Ah ... Ela quer saber o quanto você ama ela, e até onde você seria capaz de perdoá-la. - Contou Oliver.
     - Ahm ... - Apertou forte o travesseiro - Eu já disse isso muitas vezes, mas se realmente é preciso, eu direi novamente ... Ela é a pessoa que eu mais amei e amo na vida, mesmo com tudo o que aconteceu até agora, mesmo com todas as dificuldades que eu passo para ficar com ela, eu nunca desisti disso ... - Abaixou a cabeça e novamente teve uma respiração profunda - Eu sinceramente não sei até onde eu seria capaz de perdoa-la, pois eu nem ao menos sei que você tem a me contar. Talvez eu imagine o que seja, mas eu não sei. - Calou-se.
     - Ahmm ... - Suspirou - Então ... É meio complicado ... Mas eu vou direto ao ponto.
     - Ok.
     - Ela ainda está namorando com o Hans. - Olhou para o amigo em busca de algum sentimento a mostra, porém, não o encontrou - Ela está com ele e com você ao mesmo tempo ... Eles terminaram mas voltaram depois do aniversário dela ...
     - Ham. É incrível como todas as peças desse quebra-cabeças se encaixam agora, tudo o que ela me fez acreditar era mentira, todas as lágrimas que ela fingiu chorar, todos os gritos de indiguinação tentando me provar que ela já não tinha mais nada com ele, era tudo falso ... - Fechou as mãos, ainda sem expressão.
     - E ela estava mesmo com ele na festa.
     - Ela me fez brigar com a Luh ... Ela me fez duvidar da palavra dos meus melhores amigos, e o pior de tudo ... Ela brincou com os meus sentimentos como se eles não fossem nada. - Permaneceu sem expressão.
     - E ai? Você acha que vai conseguir perdoar ela? - Oliver.
     - Sinceramente, eu não sei. O que ela fez comigo ... Me machucou de mais, eu não sei como explicar isso ... Eu gosto muito dela, mas não posso deixar que isso fique assim, eu faço de tudo por ela e não posso me sujeitar a isso. Eu definitivamente não sei, talvez eu a perdoe em nome do imenso amor que sinto, porém eu não sei mais por quanto tempo eu poderei suportar isso ... 

     Era como se já tivesse sofrido aquela dor antecipadamente, e aquelas palavras já não o feriam tanto quanto o esperado. Era muito difícil definir se perdoá-la seria possível, mesmo que aquele sentimento gritasse forte e arranhasse seu coração por dentro, era inevitável pensar no fim. Aquela noite havia terminado. 

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Quando as Máscaras Caem (Parte 2)


Quando as Máscaras Caem (Parte 2)

     Sentado a frente do computador, Thomas conversava com George. O mesmo tentava mostra-lhe a já iminente verdade, as palavras ali lidas pareciam não existir, ou pelo menos não pareciam serem reais, seu coração fervia ainda mais a cada palavra ali escrita, suas respostas eram justificadas com suas lágrimas e com seus medos, que começavam a envolver-lhe novamente em seu maior pesadelo, só que dessa vez, Thomas pressentiu que realmente ficaria imerso naquela incomoda dor. A dor que constantemente insistia em visitar-lhe. A tarde se foi de pressa e a lua tomou conta dos céus. Cabisbaixo, Thomas ouviu a chegada de Kamapu, que ao adentrar o local e encarar-lhe rapidamente percebeu a situação. Oliver debruçou-se abraçando-o ao lado de Kamapu, naquele instante formou-se um laço, um forte laço que mostrou-se cada vez mais real. Apertou os olhos, tentando inutilmente evitar, sentiu os lábios tremularem, as pernas fraquejarem e o coração instantâneamente esfriar, ficar totalmente congelado, aquele sentimento emanou pelas linhas de seus olhos e percorreu por todo o seu rosto - Plic ! - Aquilo juntou-se ao chão. Aquela densa sensação permaneceu ali por alguns instantes.

     Algum tempo após a saída de Kamapu, Thomas tentava distrair-se com a presença do inseparável Oliver. Thomas estava confortavelmente deitado no afável sofá de três lugares, com as pernas esticadas sobre os braços do estofado e as mãos pousadas sobre o peito. Oliver, sentado em frente estendeu o braço direito entregando-lhe o celular.
     - É a Gih - Olhou franzindo a testa.
     - Obrigado - Thomas pegou o celular da mão do amigo e encostou-o na orelha - Oi.
     - Como você tá? - Gih.
     - Mal ...
     - Por quê? - Mostrou-se preocupada.
     - Você sabe porque eu estou mal ... Você desligou o telefone na minha cara por besteira ... - Disse após encostar a cabeça no estofado amarelo.
     - Você foi rude comigo! Você disse que eu querendo ou não você iria desligar o telefone! - Aumentou o tom da voz.
     - Não foi isso ... Você nem se quer me ouviu ...
     - Te ouvir pra quê? De que adianta te ouvir se você nem ao menos quer falar comigo?
     - Como assim? Para com isso, é claro que eu quero falar com você amor ... - Preocupou-se.
     - Mentira! Se você quisesse mesmo falar comigo você não teria feito isso! - Foi agressiva - Agora você vem me dizer que eu tenho que te ouvir? Você nem presta mais atenção em mim! Você desliga o telefone pra ficar ai com os seus amigos, prefere passar o dia inteiro com eles ao invés de ficar cinco minutos comigo no telefone!! - Thomas sentiu-se acoado com aquilo.
    - É sério! PARA! Para e me ouve, pelo menos uma vez ... Por favor ... - Implorou - Eu não troquei você pelos meus amigos, eu já te expliquei isso antes, no celular não é meu, eu não quero abusar da bondade do Oliver, vê se me entende! Você sabe, eu já te disse isso umas mil vezes e repito quantas for preciso até que você entenda ... Eu amo VOCÊ! E não importa o que aconteça eu não vou te deixar! Pois é com você que eu quero ficar ... - Expressou-se fortemente emanando segurança em todas as palavras proferidas.
     - Mas isso não é o bastante ... - Parou. Por um instante ouvia-se sua respiração, lenta porém forte - Tem coisa que você ainda não sabe ...
     - O que? O que eu ainda não sei? Me diz ... - Uma chama ascendeu em seu peito e percorreu-o por um instante.
     - Ah ... Eu ... Eu não sei como te dizer isso ... - Gaguejou ao dizer.
     - Isso tá me dando medo, mas me escuta! Não importa o que você tenha pra me dizer agora, eu vou estar com você e no final tudo vai dar certo! - Thomas transmitiu confiança para sua amada.
    - O meu pai não está mais falando comigo, mas ontem ele veio conversar ...
     - E ai?
     - Ele me disse pra ficar longe de você, que eu tinha até hoje para terminar tudo ... - Um silêncio soprou naquele momento - Ou então ele vai ter uma conversa muito séria com você, e eu não quero que isso aconteça ... Porque eu sei o que ele vai fazer - Respirou fortemente - E eu não quero que nada de ruim aconteça com você ...
     - Mas você não acha que já tá muito mais do que na hora mesmo? A única chance que nós temos de continuarmos juntos é eu sentar frente a frente com ele para que eu possa dizer tudo isso que eu sinto por você ... - Ressaltou.
     - Você não intende ... Não bem assim, eu conheço o pai que eu tenho, ele não vai querer conversar com você ... E não é só isso, eu já te cause problemas de mais, acho que você deveria me esquecer e seguir em frente ... - Pronunciou Gih em um tom sério - Me esquece, vai por mim, vai ser melhor pra você ... Isso é a melhor coisa que você pode fazer ...
     O ponteiro do relógio que até aquele momento parecia que iria explodir de tão rápido que era sua rotação, simplesmente parou, congelou aquele instante, os músculos do rosto contraíram-se, a tremulação e a rápida queimação logo transformada em dor deram o ar da graça outra vez. Todos os dia passados, todos os momentos vividos, todas as dores sofridas se misturaram em apenas um sentimento. Medo. Aquele medo que tanto o refugiou estava ali novamente, frente a frente, encarando-o, esperando a hora certa para atacar.
     - Não! Não faz isso! Você não pode desistir de tudo isso agora! - Disse ofegante - Nós viemos até aqui juntos, eu não posso deixar você abandonar esse sonho que alimentamos por tanto tempo. Não importa o que aconteça eu vou estar sempre ao seu lado, por mais difícil que isso possa ser pra mim eu faço tudo o que eu posso pra ficar com você ...
    - Eu já não sei mais se eu posso aguentar isso, está muito difícil pra mim ... Você não sabe o que eu passo aqui em casa, o meu pai não olha mais na minha cara, a minha madrasta me odeia, a minha mãe ta doente, o meu irmã fica brigando comigo, dizendo que vai pegar você ... Eu não consigo mais dormir a noite sabe ... Eu tenho chorado muito ultimamente, a pressão tá muito grande sobre mim ... - Chorosamente esclareceu-se.
     - Mas você tem que ser forte! Eles não podem me julgar assim sem ao menos me conhecer! Isso é injusto, eu nunca fiz tanto esforço pra ficar com alguém quanto eu tô fazendo pra ficar com você ... Eu tenho muito medo de te perder porém eu tenho força o bastante para fazer esse medo se transformar em coragem para seguir em frente!
     - Você é realmente tão bom pra mim ... Mas eu não sei se eu tenho toda essa coragem, muito menos essa força, pra mim tá muito difícil - Silenciou-se por um instante - E eu ainda tenho uma coisa para te contar, e sinceramente eu não sei se você vai querer continuar ao meu lado depois que você ouvir o que tenho a dizer ...

Continua ...