domingo, 3 de outubro de 2010

Redenção (Parte 3)


Redenção (Parte 3)

     Um silêncio tomara conta do local. Thomas aflitamente aguardava o fim da conversa entre Oliver e Gih, que preferiu confessar seus pecados ao amigo, expondo não ter coragem o baste para o dizer diretamente a Thomas. Seus olhos fechados podiam sentir as lágrimas preenche-los a cada segundo a mais de espera, o medo e a aflição cresciam cada vez mais juntamente aos batimentos de seu coração.

     Do lado de fora, Oliver ouvia atentamente as palavras de Gih, que naquele momento confessava seus erros. Uma expressão neutra, porém com um leve toque de indiguinação tomara conta de sua face. Oliver olhou para baixo e continuou a ouvir aquelas palavras.

     Ao ouvir suaves passadas no piso, Thomas pode sentir seu corpo congelar, suas mãos tremerem e seu coração transpor pela boca. Sentou-se e antes de ouvir, pediu ao amigo para que ambos fossem ao quarto para que ficassem mais tranquilos para debater o assunto. Foram.
     Thomas sentou-se na cama, frente a Oliver, abraçando com força um macio travesseiro de algodão.
     - O que ela lhe disse? - Disse Thomas já esperando uma resposta.
     Oliver respirou fundo antes de dizer - Olha, eu não vou te dizer que é fácil, porque realmente não é. - Olhou para Thomas e abaixou a cabeça, segurando os próprios dedos entre as mãos - Eu não sei como você vai reagir a isso mas ... Você precisa mesmo saber ... - Permaneceu quieto por alguns segundos.
     Thomas apertou o travesseiro entre os braços, respirou e olhou nos olhos de Oliver.
     - Arf ... Pode dizer, eu já imagino o que seja ...
     - É ... Então, ela me contou muita coisa, me contou a história da vida dela, e pediu para que eu te fizesse duas perguntas antes de te contar o que ela me disse ...
     - Tá.
     - Ah ... Ela quer saber o quanto você ama ela, e até onde você seria capaz de perdoá-la. - Contou Oliver.
     - Ahm ... - Apertou forte o travesseiro - Eu já disse isso muitas vezes, mas se realmente é preciso, eu direi novamente ... Ela é a pessoa que eu mais amei e amo na vida, mesmo com tudo o que aconteceu até agora, mesmo com todas as dificuldades que eu passo para ficar com ela, eu nunca desisti disso ... - Abaixou a cabeça e novamente teve uma respiração profunda - Eu sinceramente não sei até onde eu seria capaz de perdoa-la, pois eu nem ao menos sei que você tem a me contar. Talvez eu imagine o que seja, mas eu não sei. - Calou-se.
     - Ahmm ... - Suspirou - Então ... É meio complicado ... Mas eu vou direto ao ponto.
     - Ok.
     - Ela ainda está namorando com o Hans. - Olhou para o amigo em busca de algum sentimento a mostra, porém, não o encontrou - Ela está com ele e com você ao mesmo tempo ... Eles terminaram mas voltaram depois do aniversário dela ...
     - Ham. É incrível como todas as peças desse quebra-cabeças se encaixam agora, tudo o que ela me fez acreditar era mentira, todas as lágrimas que ela fingiu chorar, todos os gritos de indiguinação tentando me provar que ela já não tinha mais nada com ele, era tudo falso ... - Fechou as mãos, ainda sem expressão.
     - E ela estava mesmo com ele na festa.
     - Ela me fez brigar com a Luh ... Ela me fez duvidar da palavra dos meus melhores amigos, e o pior de tudo ... Ela brincou com os meus sentimentos como se eles não fossem nada. - Permaneceu sem expressão.
     - E ai? Você acha que vai conseguir perdoar ela? - Oliver.
     - Sinceramente, eu não sei. O que ela fez comigo ... Me machucou de mais, eu não sei como explicar isso ... Eu gosto muito dela, mas não posso deixar que isso fique assim, eu faço de tudo por ela e não posso me sujeitar a isso. Eu definitivamente não sei, talvez eu a perdoe em nome do imenso amor que sinto, porém eu não sei mais por quanto tempo eu poderei suportar isso ... 

     Era como se já tivesse sofrido aquela dor antecipadamente, e aquelas palavras já não o feriam tanto quanto o esperado. Era muito difícil definir se perdoá-la seria possível, mesmo que aquele sentimento gritasse forte e arranhasse seu coração por dentro, era inevitável pensar no fim. Aquela noite havia terminado. 

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