segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Canção Particular do Meu Coração


Canção Partícular do Meu Coração

Noite de domingo. Thomas voltava para casa, dentro do primeiro ônibus, pela janela ele observava o mundo lá fora, enquanto ouvia música no fone de ouvidos.

"Eu juro que eu voou seeer ...
Alguém que te faaz soorriiir...
Alguém que vai te abraçaaar...
Quando a escuridãao caair ...
Quando voocê preecisaaar ...
De alguém que nãao váa mentiir ...
Que não quer te magooaaar ...
Segundos antes de doormir ...
De mim você vaaai leembraaaaar ..."

     O locando onde Thomas deveria descer estava próximo. Levantou-se, estendeu o braço e puxou o cordão, dando sinal para descer no ponto mais próximo. O veículo parou. Thomas desceu, o ponto estava naturalmente cheio como em todos os outros dias naquele horário. Sentou-se na muretinha ao lado de uma mulher com duas crianças, um nenêm de colo e uma menina de aproximadamente uns 9 anos. Enquanto aguardava o segundo ônibus, Thomas seguia ouvindo musica, suas mãos batiam sobre sua perna direita cruzada sobre a esquerda. A menina observava atentamente os movimentos de Thomas, acháva-o estranho, seu cabelo cumprido, com pontas extremamente desfiadas, com os mullets passando da altura do queixo e uma franja longa jogada para a esquerda, coberto por um boné e um óculos de armação grossa em tom azul marinho, tornávam-o um ser diferente para os olhos da garota.
    Thomas estava cansado, estava com um leve toque de sono, e talvez um pouco apreensivo ... Novamente sentia-se sozinho, a música que soava em seus ouvidos eram a sua única companhia.
     Chegando em casa, Thomas entrou em seu quarto, logo jogou sua mochila sobre a cama, tirou os fones de ouvido, retirou o celular e tudo o que tinha nos bolsos, tirou a camisa, em seguida o tênis e as meias. Atravessou o corredor, sua mãe e sua irmã mais nova estava no quarto.
     - Oi mãe - Disse com um tom de seriedade - Oi Kelly - Completou.
     - Oi filho, você tá bem?
     - Tô.
     Thomas foi para o banheiro, tirou o que lhe restava de roupa e ligou o chuveiro. Ao sair do banhou e secar-se, Thomas olhou bem para a imagem no espelho.
     - Eu não vou deixar que mais uma noite se perca ... Eu sei que você é capaz, você é forte o bastante, EU SOU forte o bastante, e NADA nem NINGUÉM vai nos derrubar dessa forma, de uma forma tão ruim, tão ridícula assim ...
     Foi para seu quarto, pôs uma camisa gola V amarela de magas longas e uma calça preta. Centou-se na cama com as pernas cruzadas, Ligeiramente deslizou a porta de seu guarda-roupas, pegou seu violão e a fechou novamente. Respirou profundamente e dedilhou um pouco antes de começar a tocar uma bela melodia, uma melodia autônoma, uma canção que particularmente fazia seu coração derreter cada vez que ele a cantava. O ar no local encontrava-se tão puro que Thomas cantarolava como se houvesse alguem imendando um dueto ao seu lado, um linda e doce voz feminina misturava-se com sua voz marcante.
     Aquela noite monótona e cansativa havia se tornado em uma bela noite, as palavras proferidas na canção mostravam as escolhas a fazer e os caminhos a trilhar ... Cerca de uma hora depois, Thomas guardou o violão, apagou a luz, pegou o celular e os fones de ouvido, acomodou sua cabeça no travesseiro e adormeceu ...

"Quanto tempoo que os seus erroos não te ensinaam maais?
Nem as marcaaas, incertezaas ... Não te faaçam mais voltaaar ...
Enquantoo eu agueentaaar e o meu coorpo sustêntaaar
Por todas as vezes que eu deixeei de ser o que eeu sooooooouu !"


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